Descubra como a nova política de proventos da Copel, com payout elevado e pagamentos semestrais, pode impactar os lucros dos investidores. Análise completa do balanço, investimentos e perspectivas para ações da empresa.
Novo Balanço da Copel: Resultados Consistentes e Crescimento Sustentável
A Copel (CPLE3) divulgou seu mais recente balanço e trouxe boas surpresas para o mercado. Com EBDA recorrente de R$ 1,5 bilhão, a empresa teve um crescimento de 13% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O lucro líquido recorrente foi de R$ 577 milhões, com aumento de 6,4%. Já considerando os efeitos não recorrentes, o lucro atingiu R$ 665 milhões.
A melhora veio graças a um mix mais eficiente de operações, aumento na energia vendida, maior eficiência operacional e redução de custos.
Onde a Copel Atua: Diversificação no Setor Elétrico
A Copel atua nos três principais segmentos do setor elétrico:
- Geração de energia
- Transmissão
- Distribuição
O interessante é notar a divisão do EBDA:
- Distribuição: 46%
- Geração: 27%
- Transmissão: 25%
Apesar de muitos acreditarem que a distribuidora no Paraná representa a maior parte do lucro, menos da metade dos resultados vêm dela.
Nova Política de Dividendos: Payout Mínimo de 75% e Pagamentos Semestrais
A grande novidade está na nova política de proventos da Copel, que promete distribuir pelo menos 75% do lucro líquido em proventos semestrais.
Payout é o percentual do lucro líquido destinado aos acionistas por meio de dividendos, JCP e recompra de ações.
Essa nova política visa atingir uma estrutura ótima de capital, com alavancagem entre 2,5x a 3,1x o EBDA, considerada saudável pela empresa.
Mesmo com altos investimentos previstos, a Copel manterá disciplina na alocação de capital, buscando equilíbrio entre crescimento e remuneração ao acionista.
Investimentos Crescentes e Dívida Sob Controle
A Copel vem aumentando seus investimentos ano a ano:
- 2021: R$ 1,8 bilhão
- 2022: R$ 2,2 bilhões
- 2023: R$ 2,3 bilhões
- 2024: R$ 2,5 bilhões
- 2025 (previsão): R$ 3 bilhões
Boa parte desse valor será direcionado à distribuidora, enquanto 15% irá para geração e transmissão (COPEL JET).
Mesmo com isso, a alavancagem está controlada, com dívida líquida de R$ 13 bilhões e um índice de 2,3x EBDA, o que é muito saudável para o setor elétrico.
E os Dividendos? Ainda Não Tão Atrativos… Mas Com Potencial
Apesar do payout elevado, o dividendo por ação estimado fica entre R$ 0,65 e R$ 0,87, com um dividend yield entre 5,5% e 7,4%, considerando o preço atual da ação (R$ 11,86). Ou seja, o retorno ainda não é fora da curva, mas pode melhorar se a empresa continuar aumentando seu lucro.
O histórico da Copel mostra proventos entre R$ 0,30 e R$ 0,40 por ação, e agora com essa nova política, o valor poderá atingir até R$ 0,90 por ação.
Frequência de Pagamentos: Pelo Menos Semestral, Mas Pode Surpreender
A empresa informou que os pagamentos serão no mínimo duas vezes ao ano. Historicamente, isso deve ocorrer:
- Primeiro semestre: abril (após assembleia)
- Segundo semestre: setembro, novembro ou dezembro
Além disso, a Copel deixou claro que poderá pagar mais de duas vezes por ano, dependendo das condições de mercado e resultados.
Ponto de Atenção: Nem Tudo São Flores
Apesar da nova política de proventos, a Copel deixou um alerta: em casos excepcionais de mercado ou necessidade de caixa para investimento, os proventos poderão ser inferiores ao mínimo de 75%.
Ou seja, o plano é agressivo, mas depende da sustentabilidade financeira da empresa e da estratégia de crescimento.
Vale a Pena Comprar Copel Agora?
O preço atual da ação está acima do “preço teto” de alguns analistas. Para investidores que buscam alto dividend yield, pode não ser o melhor momento.
No entanto, se a Copel continuar crescendo seus lucros, os proventos devem aumentar proporcionalmente — o que torna o papel atrativo no longo prazo.
Conclusão: Copel Está Construindo Valor no Longo Prazo
A Copel se destaca como uma das empresas do setor elétrico que mais gerou valor nos últimos anos, com retorno de:
- 240% nos últimos 5 anos
- 470% nos últimos 10 anos
Com baixo risco, bons fundamentos e novo foco em retorno ao acionista, a empresa se posiciona bem para o futuro.