Veja a análise completa da Cemig (CMIG4): lucro, dividendos, investimentos, dívida controlada e a movimentação do grande acionista Juca Abdala. Entenda se vale a pena investir na elétrica mineira em 2025.


Cemig: uma gigante da energia com fundamentos sólidos

A Cemig (CMIG4) é uma das maiores empresas de energia elétrica do Brasil, com atuação em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia. No primeiro trimestre de 2025, a companhia reportou R$ 1,8 bilhão de EBITDA, demonstrando forte geração de caixa.

Apesar da queda no lucro líquido, que fechou em R$ 1,039 bilhão, a empresa se manteve lucrativa, com impactos pontuais na área de comercialização e nas despesas financeiras.


Lucro caiu, mas fundamentos continuam firmes

O lucro caiu cerca de 10% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Mas é importante não se apegar a resultados trimestrais isolados. Pequenas oscilações são naturais — o mais importante é a tendência de crescimento sustentável no médio e longo prazo.


Dividendos consistentes: JCP já garante bom retorno

A Cemig anunciou R$ 541 milhões em Juros sobre Capital Próprio, o que equivale a R$ 0,19 por ação. Se o valor for mantido nos próximos trimestres, o total anual pode chegar a R$ 0,76, oferecendo um dividend yield de 7,5% com base na cotação atual de R$ 10,12.

Esse retorno atrativo mostra o compromisso da empresa com o acionista, mesmo em períodos de investimentos pesados.


Investimentos bilionários e revisões tarifárias pela frente

A Cemig investiu R$ 1,2 bilhão só no 1T25, e a tendência é continuar nesse ritmo. Esses investimentos devem se converter em ativos regulatórios que serão reconhecidos nas revisões tarifárias futuras, trazendo aumento de receita no médio prazo.


Alavancagem sob controle e dívida confortável

Mesmo com grandes investimentos, a alavancagem segue baixa, em 1,41x o EBITDA, o que indica alta capacidade de pagamento. Isso coloca a Cemig à frente de muitas concorrentes, que operam com alavancagem de 2,5x a 3x.


Custo da dívida ainda alto, mas com alívio à vista

O custo médio da dívida está em 13,6% ao ano, influenciado pela inflação (IPCA) e pelos juros altos (CDI). Apesar disso, com a queda esperada da Selic, a tendência é de redução nas despesas financeiras já a partir de 2026.


Segmentos: Geração, Transmissão e Gasmig sustentam o resultado

A Cemig Geração e Transmissão (GT) foi responsável por 52% do lucro da empresa no trimestre, com R$ 541 milhões. Já a Gasmig, subsidiária de gás, contribuiu com R$ 114 milhões — cerca de 11% do total.

Inclusive, há rumores sobre um possível IPO da Gasmig, mas a empresa deve aguardar cenário mais favorável de juros para evitar vender barato.


Controle de custos: eficiência operacional

A empresa conseguiu reduzir custos operacionais em 1,5%, mesmo com a inflação. Isso mostra um controle eficiente das despesas, o que reforça a solidez da gestão.


Fluxo de caixa robusto, mesmo com alto investimento

A Cemig gerou R$ 1,5 bilhão de caixa operacional e investiu R$ 1,2 bilhão. Ou seja, está reinvestindo boa parte do que gera — o que sinaliza crescimento futuro, mesmo que a alavancagem possa subir um pouco.


Projeções e preço teto: ainda vale a pena?

A projeção de lucro para 2025 é de R$ 4,2 bilhões. Com a ação a R$ 11,10, temos um P/L de 7x, o que não é uma barganha, mas ainda razoável frente aos fundamentos.

O preço teto estimado caiu de R$ 12 para R$ 11,10, oferecendo ainda 8% de margem de segurança.


Política de proventos: atenção ao calendário

A Cemig paga um dividendo em abril no mesmo ano, mas os JCP trimestrais (com data-com em março, junho, setembro e dezembro) só são pagos no ano seguinte — geralmente em junho e dezembro.

Ou seja: quem compra agora só deve receber JCPs em 2026, exceto em casos extraordinários, como o dividendo especial de agosto de 2024, que foi fruto da venda de um ativo relevante.


Juca Abdala segue comprando ações

O investidor Juca abdala, via Banco Santander, aumentou posição na Cemig com:

  • 3,4 milhões de ações a R$ 10,78
  • 4,7 milhões de ações a R$ 10,30
  • 550 mil ações a R$ 10,50

Ou seja, mesmo com lucros menores, ele segue aportando pesado — o que pode ser um sinal de confiança no futuro da empresa.


Conclusão: Cemig vale a pena em 2025?

A Cemig (CMIG4) entrega uma combinação rara de:

  • Lucro bilionário
  • Dividendos consistentes
  • Investimentos robustos
  • Dívida bem controlada
  • Eficiência operacional

Mesmo com a queda pontual no lucro, a empresa mantém seus fundamentos sólidos. Para quem busca ações defensivas com boa geração de caixa, a Cemig segue como opção atrativa — principalmente abaixo de R$ 10, que é seu valor patrimonial por ação.


 

By João Vitor Moret

Nascido e criado na comunidade da Vila Vintém, no Rio de Janeiro, comecei minha jornada no mercado financeiro aos 30 anos, com o desejo de mudar minha realidade e conquistar a independência financeira. Ao longo dos anos, dediquei-me intensamente aos estudos e à compreensão do mercado financeiro brasileiro, o que me permitiu alcançar resultados significativos. Hoje, com mais de seis anos de experiência na B3, posso afirmar que o esforço, a disciplina e o aprendizado constante transformaram minha vida de maneira impressionante. Atualmente, estou me preparando para obter a certificação CNPI, o que ampliará ainda mais meu conhecimento e habilidades no mercado financeiro. Através do meu blog, *Bolsa em Resumo*, compartilho não apenas minhas experiências, mas também informações e análises atualizadas para ajudar outros investidores a entenderem as nuances do mercado, tomarem decisões mais informadas e aprimorarem suas estratégias. Minha trajetória é um reflexo de que, com dedicação e estudo, é possível transformar a realidade, independentemente das circunstâncias de onde você vem. Hoje, sou um exemplo de como a persistência e a educação financeira podem ser os pilares para a construção de um futuro mais próspero e estável.

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