Mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI): O Impacto dos Juros Altos e Custos de Construção

O mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) tem enfrentado desafios com o aumento das taxas de juros e o avanço nos custos de construção civil. Esses fatores têm impactado diretamente a performance de diversos ativos no setor imobiliário.

Pesquisa do Clube FII, realizada a pedido do NeoFeed, revelou que entre abril e dezembro de 2024, o número de casos de default em CRIs dobrou, com 58 ocorrências, em comparação ao mesmo período de 2023. Isso significa que, quando um devedor não consegue cumprir o pagamento no prazo estabelecido, as negociações começam, com ações jurídicas ou busca por garantias, se necessário.

O Crescimento da Inadimplência em CRIs: O Que Está Por Trás do Aumento?

Em janeiro de 2025, a situação continuou a piorar, com 10 novos casos de inadimplência, o que representa um aumento de 20% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A maior parte desses problemas está concentrada em CRIs relacionados ao desenvolvimento imobiliário e multipropriedade, um segmento que também foi afetado pela pandemia e pela alta nos custos de construção.

Esses CRIs estão frequentemente atrelados à venda futura de imóveis, o que torna sua garantia menos robusta do que a de imóveis prontos. Com isso, a inadimplência aumenta, especialmente em tempos de juros elevados.

A Inadimplência em CRIs Afeta os FIIs de Papel: O Que Isso Significa para os Investidores?

Os FIIs de papel (fundos imobiliários que investem em CRIs) também têm sido impactados por essa crise crescente. Em 2024, metade dos CRIs que entraram em default estavam dentro de fundos imobiliários, um aumento significativo em comparação com apenas 8% em 2023. O crescimento desse mercado, tanto de CRIs quanto de FIIs, trouxe mais riscos à tona.

Os FIIs de papel high yield (altos rendimentos) são especialmente vulneráveis, já que investem em pequenas e médias empresas de desenvolvimento imobiliário ou multipropriedade, que são mais propensas a enfrentar dificuldades financeiras. Em contraste, os FIIs high grade, que investem em ativos mais seguros, têm garantias mais fortes e, portanto, menos riscos.

Casos Reais: O Que Está Acontecendo com Alguns FIIs de CRI?

Vamos analisar alguns exemplos de FIIs de CRI que enfrentaram dificuldades:

  1. DEVA11: Este fundo começou a mostrar sinais de problemas em 2023. Apesar das tentativas de negociação com isenções contratuais (waivers), ainda há desafios persistentes em algumas operações de crédito.
  2. HCTR11: Exposto ao setor imobiliário e multipropriedades, o fundo teve seu fluxo de caixa comprometido pela crise econômica, especialmente no segmento de imóveis para férias, que perdeu demanda durante a pandemia.
  3. TORD11: Outro fundo que investe em desenvolvimento e sofreu com a inadimplência de seus CRIs, levando à suspensão dos rendimentos em março de 2023.

A Importância de Entender o Risco em FIIs High Yield

Investir em FIIs high yield pode ser atraente para quem busca altos retornos, mas também é fundamental compreender o risco envolvido. Esses fundos muitas vezes envolvem ativos de crédito de maior risco de inadimplência, e a relação entre risco e retorno precisa ser avaliada com cuidado.

Se você busca segurança, pode ser interessante considerar fundos mais conservadores, que adotam estratégias de diversificação e possuem garantias mais robustas.

Investindo com Segurança: O Exemplo do KNSC11

Para investidores que buscam segurança e rentabilidade, o KNSC11 é uma excelente opção. Este fundo imobiliário de papel foca em CRIs e adota estratégias sólidas para mitigar riscos de crédito, como garantias robustas e uma carteira diversificada. Atualmente, nenhuma operação do KNSC11 está inadimplente, o que reflete a qualidade de sua gestão.

A carteira do KNSC11 é composta por:

  • 26,1% em CRIs do setor corporativo
  • 20,3% em CRIs residenciais
  • 16,8% em CRIs logísticos
  • 8,1% em outros setores

O Loan-To-Value (LTV) médio ponderado do fundo é de 59%, o que significa que o valor das garantias é 1,69 vezes maior do que a dívida dos recebíveis, um patamar adequado para minimizar riscos.

Prepare-se para o Crescimento dos Defaults em CRIs: A Importância da Diversificação

Com os juros elevados e o aumento dos custos no setor da construção civil, espera-se que o número de defaults em CRIs continue a crescer em 2025. Esse cenário exige uma análise cuidadosa dos ativos e uma diversificação adequada nas carteiras de investimento.

É importante que o investidor esteja atento às teses de investimento de FIIs voltados para o desenvolvimento imobiliário, que podem ser atraentes, mas também apresentam riscos adicionais em um cenário de juros altos.

Dicas para Maximizar Seus Investimentos em CRIs

Se você é um investidor interessado em CRIs, é essencial:

  1. Avaliar o risco de cada ativo: Procure entender os riscos de inadimplência e a solidez das garantias.
  2. Diversificar sua carteira: Não coloque todos os seus recursos em um único tipo de ativo ou fundo.
  3. Entender o impacto das taxas de juros: Com juros elevados, o financiamento torna-se mais caro, o que pode afetar a comercialização de imóveis e o pagamento de CRIs.
  4. Investir com estratégia: Prefira fundos com uma estratégia sólida de mitigação de riscos, como o KNSC11, que adota uma abordagem conservadora e diversificada.

Conclusão: Como Começar Sua Jornada de Investimentos em CRIs

O mercado de CRIs oferece boas oportunidades, mas também exige um cuidado redobrado. Investir com uma estratégia bem definida e estar ciente dos riscos é essencial para alcançar bons resultados no longo prazo. Diversifique seus investimentos, analise as oportunidades com cautela e escolha fundos que correspondam ao seu perfil de risco.

Não deixe de avaliar os riscos e construir uma estratégia de investimento sólida para aproveitar o potencial de rentabilidade dos CRIs, sem comprometer sua segurança financeira.


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By João Vitor Moret

Nascido e criado na comunidade da Vila Vintém, no Rio de Janeiro, comecei minha jornada no mercado financeiro aos 30 anos, com o desejo de mudar minha realidade e conquistar a independência financeira. Ao longo dos anos, dediquei-me intensamente aos estudos e à compreensão do mercado financeiro brasileiro, o que me permitiu alcançar resultados significativos. Hoje, com mais de seis anos de experiência na B3, posso afirmar que o esforço, a disciplina e o aprendizado constante transformaram minha vida de maneira impressionante. Atualmente, estou me preparando para obter a certificação CNPI, o que ampliará ainda mais meu conhecimento e habilidades no mercado financeiro. Através do meu blog, *Bolsa em Resumo*, compartilho não apenas minhas experiências, mas também informações e análises atualizadas para ajudar outros investidores a entenderem as nuances do mercado, tomarem decisões mais informadas e aprimorarem suas estratégias. Minha trajetória é um reflexo de que, com dedicação e estudo, é possível transformar a realidade, independentemente das circunstâncias de onde você vem. Hoje, sou um exemplo de como a persistência e a educação financeira podem ser os pilares para a construção de um futuro mais próspero e estável.

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